Uma expedição inédita está percorrendo o Rio Tietê com o objetivo de coletar e analisar amostras de água ao longo de mais de mil quilômetros do mais importante rio do estado de São Paulo. Pela primeira vez, a pesquisa inclui a detecção de fármacos, pesticidas e microplásticos, além de avaliar a emissão de carbono decorrente da decomposição de matéria orgânica.
 
A jornada científica teve início na última segunda-feira (9), na cidade de Salesópolis, onde está localizada a nascente do rio. A previsão é que a expedição chegue até a foz do Tietê, em Itapura, na sexta-feira (13), após atravessar 15 municípios. Atualmente, os pesquisadores se encontram em Osasco, na Região Metropolitana, um dos trechos mais críticos em termos de poluição.

Coordenada pela Fundação SOS Mata Atlântica, a iniciativa conta com a participação de universidades e centros de pesquisa, como a Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP (CENA/USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e o Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos).
 

"Além do índice de qualidade da água, que monitoramos há mais de 30 anos, vamos investigar substâncias que podem estar presentes no rio, como fármacos, pesticidas e microplásticos", explica Gustavo Veronesi, coordenador da causa Água Limpa da SOS Mata Atlântica.

 
Os dados coletados serão analisados em laboratórios das instituições envolvidas, e os resultados finais da expedição serão apresentados no dia 22 de setembro, data em que se celebra o Dia do Rio Tietê. O estudo pretende contribuir com a recuperação da bacia hidrográfica e ampliar o conhecimento sobre os desafios ambientais enfrentados pelo rio.