Diz o ditado que só os diamantes são eternos. Nesta quinta-feira, 5 de junho de 2025, o PSDB parece dar razão à máxima popular. O outrora poderoso Partido da Social Democracia Brasileira caminha para deixar de existir como o conhecemos.
Durante sua convenção nacional, o PSDB aprovou por ampla maioria a incorporação ao Podemos. A legenda que governou o Brasil, protagonizou embates históricos e ocupou o centro do espectro político nacional agora negocia sua sobrevivência sob um novo nome: PSDB+Podemos.
"Quero manter o nome PSDB vivo ainda", declarou Aécio Neves, em tom de despedida emocional. Mas a realidade mostra que o tucano já não voa alto como antes.
O PSDB foi fundado em 1988 por dissidentes do PMDB. Entre os principais nomes estavam Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Franco Montoro. Nascia ali uma legenda com vocação para a modernidade e um discurso que unia democracia, justiça social e economia de mercado.
Nos anos 1990, o partido alcançou seu auge com a eleição de Fernando Henrique à Presidência. O Plano Real, a estabilidade econômica e as reformas estruturais marcaram a era tucana. O PSDB parecia ter encontrado seu papel como pilar da governabilidade e fiador das instituições.
Na origem da legenda, a escolha do tucano como símbolo não foi casual. A ave de bico marcante, típica do Brasil, representava brasilidade e modernidade. Segundo relatos, Mário Covas já sabia que o PSDB não teria uma ideologia rígida. O tucano, ideologicamente solto e visualmente simpático, era o reflexo perfeito do partido que nascia.
Mas o voo dos tucanos começou a perder altitude em 2014. Naquele ano, Aécio Neves foi derrotado por Dilma Rousseff por uma margem apertada. O que poderia ter sido mais uma disputa democrática virou o início do fim. Em vez de reconhecer a derrota, Aécio contestou o resultado e pediu recontagem dos votos, alimentando as primeiras dúvidas sobre a integridade das urnas sem apresentar provas.
Esse episódio foi um marco. O PSDB, até então símbolo de racionalidade e moderação, abriu espaço para discursos antissistema que ganhariam força nos anos seguintes com a ascensão da extrema-direita. O partido perdeu sua bússola ideológica e sua base de apoio. A desconfiança plantada em 2014 germinou em 2018 e floresceu em 2022.
Internamente, o desgaste foi profundo. Aécio viu sua imagem ruir com denúncias da Lava Jato. Geraldo Alckmin, em 2018, teve desempenho péssimo, com menos de 5% dos votos. Em 2022, o partido sequer conseguiu lançar um presidenciável competitivo.
O PSDB ou de protagonista a figurante. Em 2022, teve o pior desempenho de sua história no Congresso: apenas 13 deputados e nenhum senador eleito. Dos três governadores eleitos, dois, já migraram para o PSD. Restou apenas um sopro de identidade e muitos escombros de um ado glorioso.
A incorporação ao Podemos é o capítulo final de uma história que começou promissora, foi dominante e terminou. O tucano, outrora símbolo da política de centro no Brasil, parece agora uma ave em "extinção", em busca de um ninho para, protegido, sobreviver.
O PSDB deixa um legado, sim! Estabilidade econômica, avanço institucional e protagonismo em um período-chave da democracia brasileira. Mas também fica o alerta: partidos que perdem sua identidade e abandonam seus princípios em nome de conveniências momentâneas podem desaparecer. E talvez o fim do PSDB, mesmo camuflado sob uma nova sigla, seja o maior exemplo disso.
Durante sua convenção nacional, o PSDB aprovou por ampla maioria a incorporação ao Podemos. A legenda que governou o Brasil, protagonizou embates históricos e ocupou o centro do espectro político nacional agora negocia sua sobrevivência sob um novo nome: PSDB+Podemos.
"Quero manter o nome PSDB vivo ainda", declarou Aécio Neves, em tom de despedida emocional. Mas a realidade mostra que o tucano já não voa alto como antes.
O PSDB foi fundado em 1988 por dissidentes do PMDB. Entre os principais nomes estavam Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Franco Montoro. Nascia ali uma legenda com vocação para a modernidade e um discurso que unia democracia, justiça social e economia de mercado.
Nos anos 1990, o partido alcançou seu auge com a eleição de Fernando Henrique à Presidência. O Plano Real, a estabilidade econômica e as reformas estruturais marcaram a era tucana. O PSDB parecia ter encontrado seu papel como pilar da governabilidade e fiador das instituições.
Na origem da legenda, a escolha do tucano como símbolo não foi casual. A ave de bico marcante, típica do Brasil, representava brasilidade e modernidade. Segundo relatos, Mário Covas já sabia que o PSDB não teria uma ideologia rígida. O tucano, ideologicamente solto e visualmente simpático, era o reflexo perfeito do partido que nascia.
Mas o voo dos tucanos começou a perder altitude em 2014. Naquele ano, Aécio Neves foi derrotado por Dilma Rousseff por uma margem apertada. O que poderia ter sido mais uma disputa democrática virou o início do fim. Em vez de reconhecer a derrota, Aécio contestou o resultado e pediu recontagem dos votos, alimentando as primeiras dúvidas sobre a integridade das urnas sem apresentar provas.
Esse episódio foi um marco. O PSDB, até então símbolo de racionalidade e moderação, abriu espaço para discursos antissistema que ganhariam força nos anos seguintes com a ascensão da extrema-direita. O partido perdeu sua bússola ideológica e sua base de apoio. A desconfiança plantada em 2014 germinou em 2018 e floresceu em 2022.
Internamente, o desgaste foi profundo. Aécio viu sua imagem ruir com denúncias da Lava Jato. Geraldo Alckmin, em 2018, teve desempenho péssimo, com menos de 5% dos votos. Em 2022, o partido sequer conseguiu lançar um presidenciável competitivo.
O PSDB ou de protagonista a figurante. Em 2022, teve o pior desempenho de sua história no Congresso: apenas 13 deputados e nenhum senador eleito. Dos três governadores eleitos, dois, já migraram para o PSD. Restou apenas um sopro de identidade e muitos escombros de um ado glorioso.
A incorporação ao Podemos é o capítulo final de uma história que começou promissora, foi dominante e terminou. O tucano, outrora símbolo da política de centro no Brasil, parece agora uma ave em "extinção", em busca de um ninho para, protegido, sobreviver.
O PSDB deixa um legado, sim! Estabilidade econômica, avanço institucional e protagonismo em um período-chave da democracia brasileira. Mas também fica o alerta: partidos que perdem sua identidade e abandonam seus princípios em nome de conveniências momentâneas podem desaparecer. E talvez o fim do PSDB, mesmo camuflado sob uma nova sigla, seja o maior exemplo disso.